ATENDIMENTO COM PSICÓLOGO
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Conheça a base filosófica em que Arthur Tufolo desenvolve seu trabalho clínico.

Para a realização de qualquer atividade psicoterapêutica é necessário conhecimento e compreensão daquilo a que se destina a Psicologia em si. Para Arthur Tufolo, psicólogo com mais de 40 anos de prática clínica e especialista no atendimento psicoterapêutico online, é por meio das bases da fenomenologia que a clínica pode obter melhores resultados a favor do e da paciente que busca compreender e superar seus desafios.

A fenomenologia é um método de pesquisa e construção de corpo de conhecimento em que o que existe para ser investigado se revela ao investigador. Se por um lado as ciências naturais querem controlar o fenômeno estudado, por outro, a fenomenologia quer libertar aquilo que é estudado, quer possibilitar a liberdade ao ser humano.

Martin Heidegger, filósofo alemão e um dos estudiosos que tratou de estabelecer as bases fenomenológicas do conhecimento, a partir dos seus encontros com psiquiatras, naquilo que foi conhecido por “Seminários de Zollikon”, ofereceu possibilidades de que o método fenomenológico pudesse ser trabalhado em uma perspectiva de cuidado para com o outro. Um cuidado, diga-se de passagem, que busca libertar o ser humano daquilo que lhe adoece psiquicamente. Nesse aspecto, vale lembrar algumas de suas palavras:

Entrementes, a consistência e o odor do carvalho começavam a falar, já perceptivelmente, da lentidão e da constância com que a árvore cresce. O carvalho mesmo assegurava que só semelhante crescer pode fundar o que dura e frutifica; que crescer significa: abrir-se à amplidão dos céus, mas também deitar raízes na obscuridade da terra; que tudo que é verdadeiro e autêntico somente chega à maturidade se o homem for simultaneamente as duas coisas: disponível ao apelo do mais alto céu e abrigado pela proteção da terra que oculta e produz.”  Martin Heidegger

Desse modo, a partir da presença de paciente e profissional em um setting terapêutico, os limites do céu e as profundezas da terra só poderão ser compreendidos na medida dos sentidos que se dá ao céu e às raízes trazidas pelo paciente, ou seja, a partir da compreensão do próprio paciente sob a escuta engajada do psicólogo. E, nessa perspectiva, não é possível antever quais serão os sentidos e os encaminhamentos, pois é somente na medida em que se desvela o fenômeno é que as possibilidades de entendimento e encaminhamentos do próprio processo clínico poderão se dar. Para a fenomenologia, o controle do fenômeno não cria condições de abertura para o acolhimento daquilo que é importante ao paciente. Uma boa metáfora é pensar sobre o controle do vento: pelas ciências naturais, querer controlar o vento para que não me atrapalhe é construir um ambiente. Para a fenomenologia, “põe a face ao ar livre e aguarda o vento vir para cumprir suas funções”.

Isso não significa que não existam contenção e contingenciamento na clínica daseinsanalítica, denominação em que as bases epistemológicas da fenomenologia heideggeriana são trabalhadas na clínica psicoterapêutica, quando ocorre um surto ou uma emergência psíquica. Nesse modelo de psicoterapia, o acolhimento e a compreensão acontecem a partir da presença engajada do profissional, em que paciente e profissional encontram um caminho a ser percorrido, de forma a assistir, no sentido mais amplo, à construção de um autocuidado permanente por parte do paciente para alívio de suas próprias angústias.

“Desse modo, se o homem não se mantiver em sintonia com a constante ameaça de seu morrer, ele não é capaz de reapropriar dos aspectos significativos do seu passado e nem apreender um presente menos distraído e errante de sua existência cotidiana”. José Carlos Michelazzo.

Em outras palavras, quem toma consciência da relação nascente-morrente, buscando ressignificar traumas e feridas do passado, ao mesmo tempo, toma consciência de um presente e um futuro merecedor de vivacidade como autor da própria vida. Em termos práticos, no momento em que a fenomenologia imprime afeição, compaixão, compreensão, generosidade, desapego e o não julgamento ao paciente, ele oferece um campo não ameaçador que permite que o outro se reconstitua a partir do mesmo campo.